06/10/2011

Psicopatologia na Infância e Adolescência

Também na infância e na adolescência há vários fatores físicos ou mentais que podem alterar o  pleno desenvolvimento e  a qualidade de vida, gerando sofrimento mental tanto ao indivíduo em formação, quanto a sua família.
 Temos como exemplo:
  • Deficiência mental;
  • Os transtornos invasivos do desenvolvimento: Autismo, Síndrome de Aspenger, de Rett, Transtorno Desintegrativo da Infância; 
  • Transtornos do Desenvolvimento da Linguagem;
  • Transtornos de Escolaridade;
  • Esquizofrenia Infantil;
  • Trantornos do Humor - Depressão, mania;
  • Síndromes Mentais Orgânicas;
  • TDAH - Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade;
  • Transtornos de Conduta;
  • Transtorno obsessivo-compulsivo;
  • Transtornos ansiosos;
  • Transtornos Alimentares - Bulimia; anorexia nervosa, obesidade.

Tratamentos
  • Avaliação e Acompanhamento médico e medicamentoso;

  • Avaliação e Acompanhamento de outros profissionais, quando necessário ao caso: pedagogos, fonoaudiólogos, terapeuta ocupacional,etc;
  • Abordagem psicossocial - através da participação em Hospital/Dia;
  • Orientação Familiar/Psicoterapia Familiar;
  • Psicoterapia Individual ou de Grupo.

28/08/2011

Alucinações - Parte 3




Alucinações cinestésicas: Esta alucinações se relacionam a movimentos , ao senso de equilíbrio. O enfermo sente que seu corpo ou parte dele realiza movimentos fora de sua vontade. São diagnosticadas em pacientes neurológicos e em algumas ocasiões, na esquizofrenia.

Alucinações cenestésicas: São sensações anormais dentro de partes do corpo. Há relatos de que os olhos estão saltados fora das órbitas, que o cérebro esta queimando ou que o sangue esta congelado dentro das veias. Comumente há associação com as zonas erógenas de enfermos do sexo feminino.
Somando-se a presença de vivências de influência física, torna-se um sintoma importante no diagnóstico da esquizofrenia.

Alucinações psíquicas: Estas alucinações  são de difícil interpretação e não tem um verdadeiro caráter objetivo.Há descrições de palavras sem som, vozes sem ruídos e linguagem dos espíritos, por exemplo.

21/08/2011

Alucinações - Parte 2




Alucinações Táteis: As alucinações táteis são comuns nas psicoses tóxicas (alcoolismo e drogadição, com enfâse no uso da cocaína e ses derivados). Neste tipo de alucinação o enfermo sente e percebe animais, insetos ou vermes que percorrem sua pele.

Alucinações de Contato: Em sua maioria são localizadas nas zonas erógenas e aparecem com mais frequência no sexo feminino. As enfermas queixam-se que são vítimas de defloramento, relações sexuais, de masturbação.

Alucinações Olfativas e gustativas: São relativamente raras e seu conteúdo é normalmente desagradável. Os enfermos sentem cheiro de carne putrefada, queimado, lixo, mofo,etc. Podem acreditar que o cheiro é do ambiente externo ou que ele surge de seu próprio corpo, tornando a experiência ainda mais negativa. Podem sentir gosto estranho e persistente em alimentos e bebidas, podendo associar a "venenos" ali colocados.




01/08/2011

Alucinações

"Alucinações são imagens representativas ou fantásticas que têm características de sensoriedade, sendo aceitas pelo juízo como realidade preveniente do mundo exterior." Ou seja a alucinação é uma falsa percepção, onde a pessoa percebe objetos, pessoas,animais, etc, com todas as características sensoriais, mas na ausência de um estímulo sensorial.

As alucinações não são frequentes, mas podem estar presente em várias doenças mentais, inclusive no alcoolismo e drogadição.

O valor emocional dado a ela é variável: o paciente pode ficar indiferente, enraivecido, assustado, etc.

Segue abaixo uma resenha dos tipos de alucinações que podemos diagnosticar:

Alucinações visuais: A pessoa vê pessoas, objetos ou mesmo cenas completas. As imagens podem ter perspectiva e movimento, adquirindo ainda mais  características que a assemelham de uma percepção. A descrição de imagens fortemente coloridas e animadas estão, na maioria das vezes, associada a estados de excitação ou exaltação.

Alucinações liliputianas: Trata-se de um tipo de alucinação visual diferente, onde o enfermo vê pequenos personagens animados (animais, pessoas, seres místicos como fadas ou doendes), isolados ou em grupo.

Alucinações autoscópica: O enfermo vê uma imagem de si á sua frente, tal qual um espelho, um desdobramento do eu.

Alucinações extracampinas: O paciente "vê" cenas fora do seu campo de visão, ou seja, atrás de sua cabeça. Pode perceber pessoas inteiras ou rostos caricatos.

Alucinações auditivas: São as alucinações mais frequentes e mais importantes. O enfermo ouve: ruídos, zumbidos, murmúrios, estalos, chiados, vozes que comandam ou ameçam. O paciente pode ouvir apenas a repetição de uma palavra, de frases inteiras ou conversas. As vozes podem ser masculinas, femininas, infantis e vir de toda e qualquer direção.

Cabe aqui apontar três tipos frequentes de alucinações auditivas: a sonorização do pensamento -  onde o enfermo escuta seu próprio pensamento; a audição de vozes sob a forma de diálogo e a audição de vozes que interferem na própria atividade, vozes que transmitem ordens e comandos ao enfermo e os quais ele não consegue ou pode recusar, mesmo  que seja  contra sua vontade.

01/07/2011

Alterações das Representações - 2ª Parte

Imagens cinestésicas: são oriundas das percepções das sensibilidades proprioceptivas, que dão a pessoa consciência do movimento do seu corpo em seu todo ou de suas partes distintas ou em conjunto. Adquirimos hábitos que se tornam automáticos como andar, nadar, dirigir veículos. A imagem cinestésica é a memória corporal destes hábitos.

Imagens cenestésicas: As sensações cenestésicas proporcionam as sensações e sentimentos de existência do nosso corpo. A existência destas imagens é contestada por profissionais da área da saúde mental, que questionam sua existência.

Imagem visual intuitiva: Tipo de imagem visual subjetiva, com tal riqueza de detalhes que se assemelha a uma percepção de fato. A descrição é tão precisa como se fosse produto de percepção. Fatores afetivos interferem no resultado deste tipo de imagem, que sempre é agradável ao sujeito e isenta de detalhes anti-estéticos ou desagradáveis.

Imagem consecutiva: É a consequência do estímulo  sensorial intenso e duradouro, após cessado o estímulo. Tende a perder sua intensidade progressivamente perdendo sua nitidez até desaparecer por completo.

Imagem fantástica: Não corresponde a nenhuma experiência sensorial concreta. É um produto livre da imaginação e fantasia da pessoa. O aparecimento deste tipo de imagem acompanha a sensação de estar frente a algo novo e fantástico, talvez como produto da atividade intelectual.

22/06/2011

Saber Viver


     Não sei... Se a vida é curta
     Ou longa demais pra nós,
     Mas sei que nada do que vivemos
     Tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas.

     Muitas vezes basta ser:
     Colo que acolhe,
     Braço que envolve,
     Palavra que conforta,
     Silêncio que respeita,
     Alegria que contagia,
     Lágrima que corre,
     Olhar que acaricia,
     Desejo que sacia,
     Amor que promove.

     E isso não é coisa de outro mundo,
     É o que dá sentido à vida.
     É o que faz com que ela
     Não seja nem curta,
     Nem longa demais,
     Mas que seja intensa,
     Verdadeira, pura...
     Enquanto durar.

Cora Coralina

13/06/2011

Alterações das Representações - 1ª Parte


     São conhecidas como representações as imagens mentais de objetos e fenômenos de experiências passadas e que podem ser evocados de forma voluntária ou involuntária. O que chamamos de "imagens mentais" não são a reprodução exata da realidade, mas sim a reprodução das sensações e percepções que a pessoa teve ao entrar em contato com esta realidade. 

      As imagens  tendem a conservar os elementos mais importantes dos objetos, abandonando caracteres secundários, não essenciais e são mesclados pelo significado afetivo dado a estes, pela pessoa que vivenciou  determinada situação.

    Abaixo irei definir os tipos de imagens existentes:


Imagem visual: as imagens visuais são projetadas num campo visual imaginário, que não coincide com o campo visual real e atual.  Podem representar cenas, quadros fixos, paisagens ou objetos que são descritos sob aspectos diferenciados: o colorido (tons chamativos ou salientes) ou a forma, a linha, o contorno.

Imagem auditiva: Nas imagens auditivas a pessoa revive memórias auditivas experimentadas no passado. É importante perceber que as palavras podem ter um significado diferente do real, particular e relativo ao sujeito.

Imagens gustativas e olfativas:  Estas imagens se manifestam na consciência  com perfeita nitidez sensorial; seus conteúdos tem importante associação afetiva.

24/05/2011

Alterações da Percepção (e Sensação) - 2ª Parte

As alterações da percepção são:

Agnosias
São falhas na diferenciação das sensações elementares, em seu reconhecimento e integração. 
Na agnosia visual o paciente se mostra incapacitado para identificar o objeto ou a forma através da esfera óptica, podendo descrever cor, formato, densidade, mas não consegue sintetizar estas informações.
Na agnosia tátil percebe-se a incapacidade  para reconhecer objetos mediante o sentido do tato.
Na agnosia auditiva o enfermo ouve sons e ruídos, mas não consegue identificar o que são; não os compreende.

Alterações da Síntese Perceptiva 
São  alterações primitivas na percepção dos objetos e fenômenos do mundo exterior e do próprio corpo. Em casos assim, nota-se além da deformação do objeto, modificação nas relações espaciais.

Ilusão
Trata-se de uma percepção deformada de um objeto real e presente.

Aberrações Perceptivas
Quando objetos comuns adotam, sob a ótica do enfermo, cores inusitadas e/ou brilhantes, atraindo sua atenção de forma inusitada. O mesmo acontece com efeitos de luz e sombra.

19/05/2011

Alterações da Percepção (e Sensação) - 1ª Parte


Antes de falarmos sobre as alterações da percepção é preciso conceituar sensação e percepção.

A sensação é o fenômeno psíquico elementar,que resulta da ação da luz, do som, do calor, etc. sobre nossos orgãos sensoriais. Pode ser divida em: sensações internas e externas. 

As sensações internas são aquelas que refletem os movimentos de partes isoladas do nosso corpo e o estado de orgãos internos e manifestam-se sob a forma de sede, fome, fadiga, mal ou bem-estar .

As sensações externas se originam nos orgãos dos sentidos; neste grupo incluem-se as sensações olfativas, gustativas, táteis, auditivas e visuais.

A percepção é a decodificação das informações obtidas através das sensações. A diferenciação ou a soma do que são as cores, formas, tons, ruídos, a impressão de duro mole, liso, rugoso, quente ou frio. No ato perceptivo há a apreensão de uma situação ou elemento, que foi decomposto e recomposto pelas sensações.

As patologias das sensações são:

Hiperestesia: aumento da intensidade das sensações; elevação da sensibilidade fisiológica do indíviduo aos vários estímulos sensoriais e um aumento do ritmo dos processo psíquicos.

Hipoestesia: É a diminuição da sensibilidade especial, uma lentidão dos processos psíquicos. É relativamente comum nos casos de depressão.

Anestesia: É a ausência, a abolição de toda forma de sensibilidade. Nos casos de anestesia histérica, é possível verificar que a sensibilidade não é generalizada, mas sim, seletiva e associada a ação de fatores afetivos.

Analgesia: é a perda da sensibilidade á dor, preservando-se ás outras formas de sensibilidade (tátil, térmica e discriminatória). Observa-se a presença de analgesia em casos de paralisia geral, catatonia, histeria e no estupor.






Psicopatologias: Como entender e diferenciar ?

 "A psicopatologia tem por objetivo o estudo descritivo dos fenômenos psíquicos anormais, exatamente como se apresentam á experiência imediata, seus critérios e definições são baseados nas expressões verbais e comportamento perceptível" dos enfermos*. 


Como toda ciência humana ela precisa ser analisada dentro de um contexto histórico, cultural, geográfico e tantos outros que possam contribuir na noção que o ser humano têm de "Normal", de "Normalidade" e daquilo que foge a este conceito.

As alterações psíquicas podem ser divididas em :
  1. Alterações da percepção;
  2. Alterações das representações;
  3. Alterações dos juízos;
  4. Alterações do raciocínio;
  5. Alterações  da memória;
  6. Alterações da atenção;
  7. Alterações da orientação;
  8. Alterações da consciência;
  9. Alterações da afetividade;
  10. Alterações da atividade voluntária e
  11. Alterações da linguagem.
Pretendo discorrer sobre cada tipo de alteração, a partir de hoje.


*Isaías Paim, Curso de Psicopatologia,10ªEdição

17/02/2011

Trantorno Alimentar

A relação de uma pessoa com seu alimento vai muito além da necessidade fisiológico: abrange aspectos de satisfação e prazer oral, bem como aspectos relacionais e afetivos.
Quando são detectadas severas perturbações no comportamento alimentar, temos a presença de um transtorno alimentar.Existem dois diagnósticos específicos: Anorexia Nervosa e Bulimia Nervosa.

Na Anorexia Nervosa, a perde de peso é conquistada com dietas rigorosas auto-impostas e jejum (tipo restritivo), prática de exercícios físicos, e/ou uso de laxantes e diuréticos (tipo purgativo), em busca de uma ideal de magreza inatingível. Nota-se  distorção da imagem corporal, onde a pessoa, mesmo que esteja abaixo do seu peso ideal, sente-se obesa.
A anorexia nervosa é mais comumente encontrada em mulheres, tendo início entre 15 e 18 anos de idade e leva a desnutrição de grau variável, modificações endócrinas e metabólicas (dentre elas a amenorréia ou suspensão da menstrução).

A Bulimia Nervosa é definida pela presença de episódios onde a pessoa ingere grande quantidade de alimentos em curto espaço de tempo, associado a sensação de perda de controle. Estes episódios são acompanhados de mecanismos reparadores para o controle do peso, através da indução de vômito, uso de medicamentos (laxantes, diuréticos, inibidores de apetite), dietas e exercícios físicos. Pode haver abuso de cafeína ou uso de cocaína.

Tanto a anorexia quanto a bulimia são doenças graves; havendo morte por inanição, desequilíbrio eletrolítico ou suicídio em 10 % dos casos hospitalizados. Estão associadas a presença de baixa auto estima e intrusão persistente de uma idéia super valorizada (o ideal de beleza e o medo de engordar).

Como tratamento, podemos contar com a associação de:
  • Hospitalização: para administração e controle de uma dieta hipercalórica (mesmo contra a vontade do paciente);
  • Psicofarmacoterapia;
  • Técnicas comportamentais e cognitivas;
  • Psicoterapia familiar e
  • Psicoterapia individual.